Total de visualizações de página

terça-feira, 9 de setembro de 2008

TOM JOBIM QUE ME PERDOE

É pau... é pedra...
É buraco na estrada,
Tanta gente que medra,
Quanta barra pesada.

É assalto, é porrada, é sequestro, arrastão,
É trombada de carro, é escarro no chão...
É o medo da morte, é o calo na mão,
É a falta de sorte, a discriminação...
Ainda há quem suporte o errado, o mal feito,
Entre o fraco e o forte, é tanto preconceito...
É mentira, é intriga, é falta de respeito,
É a ira, é a briga e essa dor no meu peito.

É pau... é pedra...
É buraco na estrada,
Tanta gente que medra,
Quanta barra pesada.

É o bolso e a barriga em um vazio obsceno,
O aluguel que obriga a invasão de terreno.
É a mãe que mendiga e a criança que chora,
Você passa, nem liga, não olha, vai embora.
Raspadinha, Esportiva, é a Loto, é a Sena,
O bicho que motiva o milhar e a centena...
É o pobre que aposta e o banqueiro que aplica,
É o auge da bosta, o apogeu da titica.

É pau... é pedra...
É buraco na estrada,
Tanta gente que medra,
Quanta barra pesada.

Simulados milagres em qualquer esquina
Que um cabeça de bagre tem como doutrina...
É o falso profeta prevendo o passado
E fazendo a coleta, fica endinheirado.
O devoto que paga foi abençoado,
"Curou" sua chaga e expulsou o “danado”...
E onde está a polícia? Qual é a solução?
Apelar p´ra milícia? Chamar o ladrão?

É pau... é pedra...
É buraco na estrada,
Tanta gente que medra,
Quanta barra pesada.

É a corrupção, é o Dantas que apela...
É investigação que o Supremo cancela.
Nossa imprensa se vende a uma elite arrogante
E ainda me ofende, diz que é vigilante.
Fariseus e traíras jurando que sim
Nessa imprensa que vira um Abel em Caim
E faz qualquer vampira virar manequim...
Vou correr outra gira, me perdoa Jobim.

Nenhum comentário: