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terça-feira, 3 de março de 2009

A GLOBO DESMENTE A GLOBO

Mês passado, o William Bonner começou o Jornal Nacional desmentindo reportagem do dia anterior que afirmava que os genéricos custavam mais caro que os medicamentos de marca.
Agora, foi o programa Globo Esporte que desmentiu a própria TV, O Globo, a Veja, o Estadão, a Folha e todos os seus comparsas no combate sem tréguas ao operário que deu certo na presidência.
Em entrevista ao programa, o boxeador cubano que abandonou a delegação de Cuba nos jogos panamericanos no Rio, em 2007, declarou o seguinte: “O presidente Lula foi muito legal comigo, me ofereceu ajuda caso quisesse ficar no Brasil.”
E disse mais: “Nós tínhamos um contrato assinado com empresários alemães que não deu certo. Por isso, resolvemos voltar para Cuba. Algum tempo depois, fugimos para os Estados Unidos.”
Lembram que toda a imprensa golpista acusou o governo de deportar os boxeadores para a ditadura de Fidel?
Ainda no dia 27/2, um colunista – Merval Pereira – de O Globo escrevia: “Como pode o mesmo governo que entregou para uma das mais cruéis ditaduras do mundo os boxeadores cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que fugiram da concentração durante os jogos do Pan no Rio, alegar que Battisti corre o risco de ser perseguido na democrática Itália? Uma atitude ignóbil, tão marcada de ideologia que não merece uma discussão sobre soberania brasileira. Ao contrário, o governo está usando a soberania do país para suas conveniências políticas. Onze meses após, desmentindo o governo brasileiro que disse que os cubanos pediram para voltar ao seu país, Erislandy Lara, campeão mundial amador da categoria até 69 quilos, chegou a Hamburgo, na Alemanha, depois de ter fugido em uma lancha de Cuba para o México.”
Agora, vejam, em 1 de março, no mesmo dia em que a entrevista com o boxeador foi ao ar, o Estadão publicava um editorial que, entre outras imposturas, afirmava o seguinte: “Aqui o episódio provocou justa indignação. Afinal, o governo brasileiro, por intermédio de seu ministro da Justiça, não apenas colocara a polícia no encalço de dois atletas que não haviam cometido crime algum - no Brasil ou em Cuba - como os deportara em prazo recorde, entregando-os a um regime que não tem o mínimo respeito pelos direitos humanos e do qual estavam fugindo.
À onda de protestos que se seguiu, o ministro Tarso Genro respondeu com uma saraivada de argumentos fantasiosos, cada um mais esfarrapado do que o outro. Primeiro, declarou que tudo não passava de uma armação da imprensa, que estava usando o episódio para fazer propaganda contra Cuba. Depois, afirmou que os dois pugilistas não haviam fugido nem pedido asilo e, por isso, se encontravam em situação irregular no País. Por que o governo brasileiro concede asilo a um assassino condenado pela justiça de um país democrático e nega-o a dois impolutos fugitivos de uma ditadura decrépita? Mas a farsa, como se veria, não prevaleceria como verdade histórica.”

A farsa foi da imprensa e, de fato, não prevaleceu. Que vergonha, heim! Como fica a cara desses jornalistas diante de seus filhos?

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