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sábado, 19 de março de 2011

O JAPONÊS E A ALAGOANA

Foi a maior sequência de catástrofes já registrada neste século em todo o mundo. Mas, o terremoto, o tsunami e o vazamento nuclear não conseguiram afetar a dignidade do povo japonês que vem suportando tudo com a maior galhardia.
Quando vi um senhor japonês de terno gravata - era a roupa que estava no corpo quando tudo aconteceu - na fila para pegar três bolinhos de arroz - apenas três - que um empresário brasileiro distribuía para as vítimas do tsunami, lembrei-me de uma brasileira vítima das inundações em Alagoas.
Não dá pra comparar a desgraça que se abateu sobre as duas criaturas, ambos perderam tudo que possuíam, embora o japonês possuísse muito mais.
Lembrei-me da alagoana porque a TV, como sempre paternalista e protecionista ao extremo, foi entrevistar as vítimas da enchente abrigadas pelo governo em tendas fora da região alagada.
Com todo o jeitão de funkeira, daquelas bem piranhudas, ela mostrava revoltada ao repórter a quentinha que havia recebido do governo sem precisar enfrentar fila e gritava com indignação: “Olha aí o que eles mandam pra gente comer, comida pura. Esse governo pensa que somos o quê?”
Na quentinha bem cheia havia feijão, arroz e macarrão. O que ela quis dizer com "comida pura" é que não havia carne.
E o japonês sorria satisfeito com três bolinhos de arroz na mão.

Um comentário:

LACERDA disse...

Um nissei ou sansei, sei lá, que voltou do Japão foi entrevistado pelo Faustão. Ele disse que recebeu apenas um bolinho de arroz e uma banana.
Será que a funkeira alagoana assistiu a entrevista?