Total de visualizações de página

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ÍNTIMA BANDIDAGEM

Essa moça aí ao lado, rostinho angelical, é incapaz de despertar a menor suspeita. Ela está detida na Polinter, acusada de envenenar com chumbinho uma amiga e vizinha na comunidade do Tirol, na Freguesia, em Jacarepaguá, na última quinta-feira. Passando mal, com hemorragia e falta de ar, a vítima foi levada ao hospital. Laudo médico comprovou o envenenamento.
Ela contou à polícia que todo seu dinheiro (R$ 900,00) havia sido sacado do banco. Logo desconfiou da vizinha e para forçá-la a confessar o furto, disse que o banco iria mostrar-lhe imagens de quem fez o saque. Como a vítima iria ao banco logo após o almoço, a vizinha aproveitou a hora da refeição para, então, envenená-la com chumbinho.
Esse fato, noticiado hoje, vem confirmar o que tenho observado em relação à criminalidade que impera no país.
Nossos bandidos, pobres coitados, estão na cadeia ou vivem presos em seus esconderijos sem condições de causar qualquer mal a alguém, enquanto os filhos diletos da nossa sociedade exercitam quase que impunemente a criminalidade cotidiana.
Ontem a TV mostrou que, em Franca/SP, cinco jovens bem nutridos, estudantes e filhos de boas e abastadas famílias formaram uma quadrilha para tocar um horror na cidade.
Aqui mesmo, em Muriqui, temos meliantes filhos de família respeitável, de família guerreira.
Esses indivíduos frequentemente envolvidos em atos condenáveis, muitas vezes, de conseqüências funestas, vivem entre nós. Frequentam os mesmos lugares. Alguns, até - quem sabe? - recebemos em casa como foi o caso da vizinha e amiga de Jacarepaguá e dos cinco jovens de Franca. São amigos de nossos filhos e filhas, nossos parentes, vizinhos, são nossos amigos de copo e de cruz. Nossos colegas de trabalho. Não são bandidos, não.
E quando eu vejo gente reclamando da bandidagem, eu até sinto compaixão pelos nossos verdadeiros bandidos. Coitados! Infelizes que, em sua maioria, vivem presos em sua comunidade, apenas uma cela bem maior, sem poder conviver em sociedade.
Qual é, então, a solução? Apenas mais segurança? Não!
Gente, eduque-se e eduque seus filhos. Cuide bem deles com muito amor e carinho, mas imponha-lhes limites. Procure saber com quem e por onde andam. Educação começa no berço. Sei que dá trabalho, mas tenha paciência e determinação. Minha mãe dizia que é de pequenino que se torce o pepino. Ensine a seus filhos o que significa respeito, boas maneiras, cortesia, justiça, honra. Crie filhos com caráter e personalidade. Não permita que eles se desvirtuem para a violência. Converse com eles – e principalmente com elas – sobre sexualidade. Aconselhe-os a usar camisinha. Diga a elas que anticoncepcional se toma diariamente e não apenas no dia em que vai transar. Educação se dá em casa e é aquilo que fica conosco para sempre depois que esquecemos quase tudo que aprendemos na escola. Professor existe para transmitir conhecimentos e merece todo o nosso respeito. Na escola, seu filho vai adquiri-los, vai aprender a ler e escrever, a somar, diminuir, dividir, multiplicar. Acompanhe seus estudos. Estimule-os à leitura. Apresente-os à boa música, faça tudo para evitar que se tornem "funkeiros". Não admita “piercings” e tatuagens.
Mais segurança? Que nada! Vamos nós mesmos acabar com o narcotráfico e com a violência. Faça tudo o que falei sobre educação e mais: não use drogas. Fique de olho em seus filhos, nos filhos dos seus amigos e vizinhos e nos “amigos” deles. Dê-lhes algumas incertas nos locais que eles costumam frequentar. Sem o consumo não haverá mercado para o narcotráfico. Não os estimule à bebida que é o primeiro passo no caminho das drogas. Não volte para casa bêbado. Mas, se voltar bêbado – uma vez ou outra - deite e durma. Não discuta com a mulher, não a ofenda nem agrida. Bêbado nunca tem razão. Não seja intransigente, saiba pedir e conceder desculpas. Seja cortês sempre, inclusive no trânsito. Dirija com urbanidade. Evite as brigas, principalmente com seus vizinhos. Compreenda-os e mantenha sempre um relacionamento amigável. Você vai precisar deles um dia. Seja solidário, ajude a quem precisa. Não seja arrogante, seja gentil. Como o Gentileza, em sua humildade, afirmava: gentileza gera gentileza. Ajude a polícia, coopere com a segurança. Participe e não fique alheio ao que acontece na sua comunidade. Mas, não se meta com a vida dos outros. Nada de fofoca.
E jamais esqueça que os que enveredaram pelos descaminhos do crime, um dia, assim como nós, foram criancinhas inocentes, indefesas e inofensivas.
Somente assim, vamos conquistar um mundo menos violento e com mais segurança. A paz virá com o tempo.

Nenhum comentário: