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domingo, 10 de julho de 2011

FLIP

Não pude participar do Festival de Jazz, em junho; mas, esta semana, tomei um banho ininterrupto de cultura. Desde quarta-feira, Paraty exalou cultura em cada esquina. Participei da nona edição da Feira Literária de Paraty. Senti-me pequenininho, um quase nada diante de tanta intelectualidade e conhecimento. Cheguei à conclusão que não sou ninguém, que nada sei, mas me senti bem como nunca.
Fico pensando como pode uma pequena cidade dobrar a sua população adulta durante cinco dias com o turismo cultural.
A FLIP é hoje o maior evento literário do país. Ganhou todos os dias as páginas dos principais jornais e revistas do Rio e de São Paulo. Recebeu turistas de todo o Brasil, gente bonita, educada e inteligente, intelectuais e escritores nacionais e estrangeiros.
A programação não se restringiu apenas às palestras literárias. Houve também shows de música, teatro, cinema (curtas), poesia e lançamento de livros. A tenda da FLIP e a Casa da Cultura estiveram sempre lotadas. E aconteceu a FLIPINHA, uma FLIP para crianças.
Este ano, o homenageado foi Oswald Andrade, protagonista da Semana de Arte Moderna de 1922 que permitiu o nascimento da moderna literatura brasileira, finalmente liberta do estilo prolixo, arcaico, obsoleto e afetado da era "machadiana".
Além do banho de cultura, deitei e rolei na culinária local e, ao lembrar de uma amiga (ainda) virtual, comi um peixe com banana após alguns goles da divina cachaça Coqueiro.
E por falar nisso, mês que vem vou festejar meu aniversário durante o XXIX Festival da Cachaça na cidade que é o mais tradicional e célebre centro produtor da branquinha. Vou beber todas e espero não tropeçar naquelas pedras do calçamento.
Paraty é isto: turismo de verdade pra quem sabe o que é e gosta de turismo.
Infelizmente, chegando aqui, tomo conhecimento da constante falta de iluminação de ponta a ponta do calçadão da praia de Muriqui. E mais, vejo em um carro velho o adesivo de um evento a ser realizado na minha cidade: o I Festival de Som Automotivo de Mangaratiba.
Será, naturalmente, um festival de funk e drogas para atrair o turismo predatório. Só espero que aconteça bem longe de mim.

N.L.: Quem quiser ir ao festival da cachaça pode escolher uma das 170 pousadas relacionadas aqui para se hospedar. Eu disse 170 pousadas, hotéis 5 estrelas não existem. Pra quê, né?

Um comentário:

Marcia Olivieri... Superando... disse...

Você como sempre "celebre"!!!!! Vou tentar ir ao Festival da cachaça... fiquei triste por não poder ir a FLIP. Adorei o link com as pousadas... Mangaratiba está muito aquém deste progresso respeitoso. Abçs amigo!