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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

UM GAROTO VALENTE

Era um garoto que, como eu, poderia ter amado os Beatles e os Rolling Stones. No fim de 1959, chegou ao presídio de La Cabaña, em Cuba, sob a acusação de ter tentado defender o próprio pai antes que os revolucionários cubanos o matassem.
O garoto, com cerca de 13 anos, foi levado ao paredão de fuzilamento com outros dez prisioneiros.
Junto ao paredão, com as mãos na cintura, caminhava Che Guevara que mandou o garoto se aproximar e ordenou que ele se ajoelhasse diante do paredão. O valente garoto recusou-se a obedecer a ordem e permaneceu arrogantemente de pé.
Caminhando por trás do garoto, Che comentou: “Que garoto valente”.
Che sacou a pistola e deu um tiro na nuca do menino.
Esta história foi contada por Pierre San Martin, um sobrevivente da prisão de La Cabaña.
O autor do livro que estou lendo – Guia Politicamente Incorreto da América Latina – questiona essa história: “talvez sejam só boatos, mentiras e intrigas daqueles que se viram em desvantagem com o golpe de Fidel Castro” – e diz ainda - “do mesmo modo, há quem considere pura invenção os relatos de morte e torturas cometidas pelos regimes militares do Brasil e da Argentina”.
Entretanto, anos depois da revolução Cubana, guerrilheiro famoso, Che participou, em 1964, da Conferência das Nações Unidas, em Nova York, afirmando em seu discurso:
“Fuzilamentos? Sim, temos fuzilado. Fuzilamos e seguiremos fazendo isso enquanto for necessário.”
Se toda unanimidade é burra, como dizia o meu ídolo Nelson Rodrigues, eu posso tranquilamente acreditar que Che Guevara, além de herói, foi um assassino impiedoso.
Duvido sempre das unanimidades, principalmente daquelas exaltadas pela imprensa maniqueísta. Por exemplo, considero  Machado de Assis um chato ultrapassado e Fernanda Montenegro uma atriz monocórdica de um só personagem.

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