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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O MARIDO E O ANALISTA

A esposa desiludida se lastimava com uma amiga:
- Só mesmo depois de casada a gente conhece o homem que ama.
A amiga ouvia calada como deve comportar-se quem ouve uma lamentação.
- Sabe por que o Humberto nunca me levou ao cinema e sempre me namorava somente à tarde?
A amiga faz cara de quem não imagina a razão.
- Eu até pensei que ele fosse casado, mas não, é que ele tinha medo do escuro.
A amiga demonstra incredulidade e nada diz.
- Durante anos, dormíamos com a luz acesa.
Ainda sem nada dizer, a amiga continua ouvindo.
- Outra coisa. Ele só sabia mijar na pia do banheiro. E como é baixinho, não alcançava direito o lavatório, ficava na ponta dos pés e mijava. Chegou a comprar um baquinho para conseguir mijar sem espalhar a urina no chão.
E, sem mais esperar qualquer reação da amiga, continua:
- E o pior. Chegava em casa todo borrado, fedendo. Ele sempre se borrava nas calças. Em qualquer lugar, no escritório, na condução, andando na rua. Uma vez, ele se borrou na igreja durante o batizado de um afilhado nosso. O padre ficou horrorizado e disse que aquilo era uma heresia.
A amiga esboçou um sorriso.
- Aí, eu não agüentei mais. Quis me separar. O Humberto vivia deprimido e ficou broxa. Forcei-o, então, a usar fralda geriátrica e a se consultar com um psiquiatra. O mais conceituado da cidade que também era psicanalista.
A amiga finalmente pergunta: “E ele melhorou?”
- As sessões de análise custaram caro e, após alguns meses, ele deu uma melhorada. Passamos a dormir apenas com uma vela acesa.
Curiosa, a amiga pergunta pelas outras mazelas do marido.
- É, veja você! Continuou a mijar na pia e conseguiu transmitir o vício para o psiquiatra que não quis mais tratá-lo com medo de começar também a se borrar nas calças.
A amiga não conseguiu conter o riso.
- A gente, atualmente, gasta uma nota com fralda geriátrica e papel higiênico e você ri. É pra chorar de desgosto ter um marido assim. Ele também deu pra mijar de madrugada dentro das gavetas do guarda-roupa.
A amiga, então, decidiu consolá-la:
- Conheço alguém cujo marido também vivia deprimido e ficou broxa por se borrar nas calças. Consultou um analista e se curou.
A amiga se entusiasma e pergunta: “Jura? Parou de se borrar nas calças? Quem é esse analista? Quero mandar o Humberto se consultar com ele”.
- Olha! Parar não parou, não. Mas, agora vive todo feliz e ri à toa quando se borra. O analista se aposentou porque passou a se borrar também e ninguém mais suportava o fedor do consultório.

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