"MORRERAM CHICO ANYSIO"

Toda a mídia hoje homenageia Chico Anysio. Merecidamente - claro! - Chico Anysio está em todas as capas dos jornais em todo o país. O Dia, porém, superou-se na homenagem  com uma manchete criativa e maravilhosa: “MORRERAM CHICO ANYSIO”. Fez-me lembrar da também criativa manchete do Jornal Sport, da Catalunha, após a final do mundial de clubes: “DYOSES Y SANTOS”.
Eu sempre admirei a capacidade criativa dos “mancheteiros” de jornais populares desde aquela que é conhecida por todos os estudantes de comunicação: “CACHORRO FEZ MAL À MOÇA”.
Mas, não é sobre isso que eu quero falar. Quero lembrar o Chico Anysio compositor e escritor.
Entre outras, Chico Anysio compôs a magnífica “Rio Antigo”. Ouça abaixo e saiba que eu vivi tudo isso. Talvez, este seja o motivo por que eu, hoje, abomino e detesto o funk e os funkeiros que não entendem o que é paz e amor.

Chico Anysio, o escritor, nunca teve a ousadia de querer se comparar aos monstros sagrados da literatura, como Machado de Assis, por exemplo.
Mas, Chico tinha uma grande vantagem sobre ele e os outros como disseram os livreiros:
“Seus livros põem dentro das livrarias pessoas que nunca entraram numa. Vem gente aqui que nunca leu um livro, gente que não sabe nem se pode tocar num, se pode abrir numa página e dar uma lida. E o mais importante, eles sempre voltam.”
Creio que Machado de Assis nunca foi capaz disso, pois, sua literatura é um repelente de leitores
“Negro Léo” lançado pela Editora Rocco, em 1980, é pra mim o melhor livro do Chico Anysio. Uma estória contada em monólogos. Cada um conta um pedaço da história de um negro bandido da Praça Mauá. O livro virou especial da Rede Globo que foi premiado no exterior.
Está esgotado e se você achá-lo num sebo ou numa feira de livros, compre-o e leia. Você vai se surpreender.