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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O DESFILE DAS ESCOLAS

O que mais me chamou a atenção foi a padronização das rainhas de bateria. Excesso de silicone em cima, na frente, e embaixo, atrás. Coxas musculosas de zagueiro central vascaíno, um perfeito macho mal acabado. Com raríssimas exceções, como a Juliana Alves, da Tijuca, parece que foram todas feitas na mesma forma, assim como são feitos os chapéus e adereços das alas e alegorias.
Todas iguais como são iguais os casais de mestre-sala e porta-bandeira: sempre o mesmo bailado, a mesma fantasia cheia de penas e plumas que somente mudam as cores. Talvez, por isso, Paulo Barros – o mago da Sapucaí – tenha usado a sua incrível criatividade para criar um casal em que a fantasia mudava de cores constantemente. Usou LEDs presos à fantasia como fonte emissora de luzes com inúmeras cores. Ficou linda a mudança de cores da fantasia e mostrou um casal diferente de tudo que já foi feito. Deu-me prazer, pela primeira vez em muitos anos, ver um casal de mestre-sala e porta-bandeira.
Paulo Barros soube desenvolver o enredo sobre a Alemanha e mais uma vez inovou com a sua criatividade: uma ala montava uma torta de chocolate que vinha aos pedaços; outra ala montou um fusca com as peças levadas pelos componentes; a alegoria do chope foi, talvez, a mais bela do desfile; os brinquedos Playmobil estavam perfeitos e a surpreendente levitação do martelo de Thor na comissão de frente deixou a todos impressionados com a mágica.
A Tijuca foi a única escola diferente. O resto do desfile foi tudo igual como foram as rainhas de bateria. A ressaltar apenas o desfile da Mocidade, seu melhor desfile nos últimos anos, e a apresentação do enredo da São Clemente.
Tem que ter muito saco para assistir ao desfile pela Globo, ainda mais com as inúteis entrevistas e comentários. Foi insuportável ter que ouvir a voz impostada e efeminada do Milton Cunha. Em certo momento, ele dizia que o carnavalesco escolheu a dedo as mulheres de uma ala quando surgiu uma daquelas figuras redondas com mais de 100 quilos que há em qualquer escola. Em outro momento, no desfile da Portela, quando viu o Milton Gonçalves – terno branco, manga direita dentro do bolso do paletó - como destaque em uma alegoria, o cara o identificou como o Beto Sem Braço, falecido compositor da Império Serrano.
Era o Natal, claro, figura lendária da Portela. Imaginem os outros milhares de comentários que o cara fez.
Quando eu disse que o melhor samba era o da Portela, disse, também, que seu único concorrente era o samba da Vila Isabel devido ao renome de seus compositores. O Estandante de Ouro ficou para o samba-enredo composto por Martinho da Vila e Arlindo Cruz.



Um comentário:

LACERDA disse...

O samba-enredo da Portela foi o único a receber nota dez dos quatro jurados. O maestro Bruno Rodrigues só deu nota dez para a Portela.