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segunda-feira, 30 de junho de 2014

AS COPAS E O FUTEBOL

Esta minha décima-sétima Copa me faz crer que uma Copa do Mundo não tem muito a ver com futebol. Se tivesse, o Brasil teria sido campeão em 1950, a Hungria seria campeã em 1954, a Holanda em 1974, e teríamos sido penta logo em 1982.
Futebol é um esporte simples e vulgar que qualquer um pratica apenas com os pés e a cabeça. A vitória ou a derrota pouco significa na vida de cada um dentro de campo ou nas arquibancadas.
Uma Copa do Mundo, porém, é espetáculo com drama (as quase derrotas), tragédia (as eliminações dos campeões), farsa (o Fred e a sórdida campanha da imprensa) e comédia (a mordida).
Disputada com sangue, suor e lágrimas, a Copa sobrevive além, muito além, dos 90 ou 120 minutos de cada partida. É a mais pura emoção. É pressão, sofrimento, desespero, angústia, obsessão. É paixão. É a glória para o vencedor ou a desonra para quem perde.
Numa Copa, é preciso botar a alma e o coração nas chuteiras, em todas as jogadas. Tem que colocar toda a história inglória de menino pobre em cada pontapé. Ou nas mãos, como fez Júlio César com o seu triste destino pós-Copa de 2010.
Na Copa do Mundo, todos são iguais perante as regras do futebol. Não há lugar para covardes, somente os há para heróis ou vilões. Não há grandes nem pequenos. Potências do futebol e aquelas nem tanto se igualam em firmeza moral dentro das quatro linhas. Ricos e pobres se igualam na paixão e se abraçam pelas arquibancadas, pelos bares e pelas ruas. Pernas-de-pau (excluindo o Fred, claro!) se superam e craques se abatem, igualando-se na angústia pela possível derrota ou na ânsia pela vitória. É vencer ou vencer, e nem sempre vence o melhor. Alguns conseguem se sobressair. E quando isto acontece, os deuses do futebol os favorecem com a vitória.
Do contrário, serão castigados com a covardia de uma disputa de pênaltis que nada, absolutamente nada, tem a ver com futebol.
Tem a ver com esperança e desilusão.

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