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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

É CARNAVAL

O dinheiro a investir no carnaval deveria ser empregado na saúde, é o que dizem no feissibuque. 
Influenciadas por essas campanhas absurdas contra a folia e por iniciativas inúteis de outros prefeitos, algumas cidades caipiras decidiram cancelar o carnaval para investir em melhorias na saúde e na educação. Virou moda, principalmente, entre os prefeitos “evangélicos” que querem aparecer. 
De fato, não deveria haver carnaval em pequenas cidades do interior para que quem odeia a festa pudesse ali se refugiar.
O prefeito de Paraíba do Sul cancelou o carnaval devido às chuvas, decretou emergência e calamidade pública e diz que vai direcionar os recursos da folia para mais de mil famílias afetadas pelas chuvas. Cabo Frio é outra cidade onde o carnaval será cancelado, isto é, a chuva inviabilizou a montagem da estrutura da festa, que reuniria nomes como Tuca Fernandes, Babado Novo, Bell Marques e Durval Lelys. A Prefeitura de Macaé também decidiu revogar a licitação da empresa que realizaria o carnaval.  Em São Gonçalo, os bailes de rua que aconteceriam em 40 bairros foram cancelados.
E se o Eduardo Paes, em um acesso de estupidez, decidisse cancelar o carnaval carioca? Já imaginaram ficarmos sem a Portela, sem a Mangueira? Sem Anitta e Cláudia Leite desfilando na Mocidade? Sem os blocos nas ruas... Sem quatro dias de alegria...
Pô! Parem com isso. Quem faz o carnaval carioca é o povo, e não precisa de apoio oficial. Aquelas cidades caipiras devem precisar, pois necessitam de bailes de rua e de “renomadas atrações” como Tuca Fernandes, Babado Novo, Bell Marques e Durval Lelys, que dariam lucro a quem os contratasse.
Carnaval no Rio com suas escolas de samba e seus 500 blocos é lucro, muito lucro para a economia da cidade e para a prefeitura carioca.
Quando falam em cancelar o carnaval carioca, eu lembro do Barão do Rio Branco, aquele que apelidou de barão a quantia de mil cruzeiros por ter a sua foto estampada na nota. Hoje, quando se fala em mil reais, também se diz que é um barão.
Diplomata, advogado, deputado, promotor público, geógrafo e historiador, José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão do Rio Branco - foi ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa, entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina e conquistou o Acre que pertencia à Bolívia. Foi o segundo ocupante da Cadeira nº 34 da Academia Brasileira de Letras.
Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira e uma das figuras mais importantes da história do Brasil. 
Quando faleceu em 10 de fevereiro de 1912, era uma unanimidade nacional. O carnaval, que começaria no domingo seguinte, foi cancelado em respeito ao luto pelo Barão e adiado para começar no dia 6 de abril. Foi a decisão do presidente marechal Hermes da Fonseca.
O carioca, porém, que nunca necessitou de apoio oficial para brincar o carnaval, não se absteve de seus três dias de festa em fevereiro.
E lotou a Avenida Central que, apenas três dias antes, recebera o nome de Rio Branco, justamente em homenagem ao falecido.
Em 6 de abril, em plena Semana Santa, houve outro carnaval. E pior, toda a quaresma transformou-se em um período pré-carnavalesco.

N.L.: a história completa pode ser lida aqui.

2 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Nosso povo nunca deixa de pular Carnaval. Sempre existirão as brincadeiras não oficiais.

Curioso que hoje muitos cristãos religiosos falam que o "Carnaval é festa da carne", associando-o ao pecado. Porém, muitos desconhecem que a sua origem está em antigas festas religiosas. Foi da mistura do sacro com o profano que surgiram festas como a folia do "entrudo" que já acontecia na metrópole portuguesa com seus bonecos gigantes feitos de madeira e tecido colorido. E esse costume foi introduzido no Brasil lá pelo século XVI...

Ora, com uma longa tradição carnavalesca nas veias de nossa gente, como o brasileiro vai deixar de cair na folia?!

LACERDA disse...

O carnaval é um ótimo remédio para os doentios hipocondríacos que lotam as recepções dos hospitais e postos de saúde ocupando o tempo e o espaço dos doentes que realmente necessitam de atendimento médico.